A passagem para a adolescência

Uma adolescente chamada Alice que tinha em torno de seus 15 anos, acordava todos os dias muito cedo para ir à escola. Ela era uma menina muito estudiosa e a matéria de que ela mais gostava era inglês. Ela adorava sair com suas amigas e amigos. Sua melhor amiga era Juliana e elas andavam muito juntas, uma sabia todos os segredos da outra.

Um dia, passeando num shopping com Juliana encontrou dois amigos de sala, Fernando e Gustavo. Logo depois de bater um papo com os meninos, eles as convidaram para ir ao cinema assistir uma comédia. Durante o filme, Fernando convidou Alice para ir até um barzinho para conversar. Na mesma hora, ela virou para sua amiga Juliana e falou:

— Amiga, Nando está me chamando para sair com ele depois da sessão. Você acha que devo ir?

— Amiga, que babado! O menino mais gato da sala te chamando pra sair e você ainda me pergunta se deve aceitar? Me poupe, viu!?

— Mas, Ju, eu fiquei sem jeito, né? O que meu pai vai falar quando souber que eu saí sozinha com ele? Aposto que ele irá falar que ainda estou muito nova pra isso.

— Ah, isso é besteira, amiga! É só você falar que saiu comigo.

Na mesma hora Alice virou para Fernando e disse:

— É claro que eu aceito, Nando.

— Ah, que ótimo! Mas você quer ir pra qual barzinho?

— Haha, pode ser o daqui da esquina?

— Claro! Então vamos pra lá.

O filme terminou e Alice começou a tremer e a ficar ansiosa. A hora mais esperada do dia pra ela estava prestes a acontecer. Chegando ao barzinho, eles começaram a conversar. Depois de muita conversa, Fernando se aproximou de Alice e a beijou.

Quando ela chegou em casa, seu pai estava na sala, lendo jornal a sua espera.

— Onde você estava Alice? — Perguntou o pai num tom arrogante.

— Eu fui pro cinema com Ju e depois nós fomos pra um barzinho conversar. Foi muito bom! Agora eu vou pro meu quarto descansar...

— Foi pra um barzinho com quem? — perguntou já sabendo que ela havia saído com um garoto.

— Com Ju, pai.

— Minha filha, tem certeza?

— Sim, tenho.

— Por que você está mentindo? Eu sei que você não foi com ela e sim com um garoto.

— Ãhm? — nesse momento Alice tentou pensar em algo para enrolar seu pai, mas tinha muita dificuldade para inventar desculpas rápido.

— Estou esperando, filha!

— Pai, é o seguinte: eu só não te falei a verdade no começo porque já sabia o que você iria falar. Sabia que você diria que eu estou muito nova pra essas coisas. Mas eu só fui pra um barzinho com meu amigo Nando.

— Filha... Não tem nada disso. Eu já tive sua idade antes. Só achei que você não deveria ter escondido isso de mim...

— Mas, pai, eu só não te falei que eu saí com ele porque você sempre diz pros seus amigos que eu só vou namorar depois dos dezoito anos.

— Filha, você não acreditava nisso, né? Isso é brincadeira que eu faço com você... É que eu só tenho você de filha, e não queria dividir você com ninguém.

— Mas, pai, sinceramente, eu estou gostando dele e, além disso, você não vai me dividir com ninguém. Eu só quero curtir a vida e ser feliz do lado dele... Agora eu vou pro meu quarto porque já está tarde e amanhã eu tenho aula.

O pai deu um abraço na filha e disse que a amava. Quando Alice estava subindo as escadas para ir descasar, perguntou-lhe:

— Afinal, como você sabe que eu saí com Nando e não com Ju?

— Simples: eu estava indo comprar pão e passei pela frente do barzinho e vi vocês dois.

— Ah tá... Até amanhã então.

Enquanto andava até o quarto, Alice só pensava se seu pai tinha visto os dois se beijando. Quando deitou na cama, a primeira coisa que fez foi ligar para Ju e contar o que acontecera. Dez minutos depois de desligar o telefone, Fernando ligou:

— Oi, Lice, tudo bom?

— Tudo, Nando. E com você?

— Estou bem também. Será que amanhã tenho como te ver? Eu queria te falar uma coisa muito importante.

— Pode falar, Nando.

— Mas eu prefiro falar pessoalmente...

— Então, tá. Amanhã a gente se vê... ­— Tentou pensar em algo para dizer, pois queria aproveitar ao máximo o telefonema, mas, como sempre, as palavras sumiam. Ficou sem assunto e envergonhada.

Seu pai bateu na porta e Alice falou rapidamente com Nando:

— Nando, meu pai tá me chamando aqui. Tenho que desligar. Até amanhã! Beijos.

— Ok, Lice, só te liguei porque a última voz que eu queria ouvir era a sua. Boa noite.

— hahaha, ownt Nando. Boa noite. Durma com os anjos e sonhe comigo.

— Haha, ok. Tchau.

Alice desligou o telefone e falou ao pai:

— Pode entrar, pai.

— Boa noite, filha — dando-lhe um beijo na testa.

— Boa noite.

No dia seguinte, Alice acordou cedo. Não via a hora de encontrar Nando. Durante a aula os dois sentaram juntos e mal conseguiram prestar a atenção no que os professores diziam. Na intervalo, ele disse:

— Lice, eu adoro você. Não é de hoje e nem de ontem... faz um tempão e gostaria de ser seu namorado. Você aceita?

Alice olhou para seu rosto, fez carinho no seu cabelo e respondeu:

— Claro, estou gostando mesmo de você.

Os dois se beijaram, mas foram interrompidos pelo sino do intervalo. Eles voltaram para sala e novamente não conseguiram prestar a atenção na aula de tão empolgados que estavam. A aula terminou e Fernando convidou Alice para ir a uma sorveteria. Logo depois de tomar um sorvetinho, eles conversaram e foram à casa de Alice contar à família do namoro dos dois. O pai de Alice aceitou o namoro e disse que eles faziam um belo casal.

No mesmo dia, Alice foi jantar na casa de Fernando para que os pais dele a conhecessem também. Dias depois, quando o pai de Alice percebeu que ela estava realmente muito feliz, falou:

— Como você está feliz, hein filha?

— É pai, eu estou muito feliz! O Nando é um menino muito especial e está me fazendo muito feliz. Tá vendo que não precisava ficar com aquele ciúme besta?!

— É, mas eu fiquei com medo...

Alice o interrompeu:

— Medo de quê, meu pai? Eu amo ele.

— Ah... mas agora eu já estou simpatizando com o rapaz...

— Melhor assim!

Os dois se abraçaram.

Diana e Larissa