Pois é, nadar em uma água congelante seria fatal para qualquer pessoa.
Menos para o britânico Lewis Gordon Pugh. Sua especialidade é suportar águas
onde os termômetros marcam menos de zero grau. O nadador tem a habilidade de
aumentar a temperatura do corpo antes de entrar em ação e é capaz de se
esquentar sem a ajuda de roupas ou aparelhos.
Lewis nasceu na Inglaterra, começou a nadar aos 17 anos e virou
especialista em travessias abertas em mares e lagos. Seus grandes ídolos foram
os exploradores, que desbravaram os extremos do planeta, como os Pólos Norte e
Sul.
A temperatura média do ser humano varia entre 36 e 37 graus e pode
desabar rapidamente à exposição ao frio, em quatro ou cinco minutos.
Quando a temperatura do centro do
corpo atingir 32 graus, começa a acontecer a falência dos órgãos internos e o
indivíduo acaba morrendo.
Para não seguir esse roteiro, Lewis treinou em piscinas de gelo, que
deixavam a temperatura da água em seis graus.Ele decidiu partir para um novo
desafio: ser o primeiro homem a nadar um quilômetro na Ilha Petermann, na
Antártica.
Ao cair na água e nadar mil metros, os pesquisadores que o acompanhavam
notaram que a temperatura corporal de Lewis ultrapassava 38 graus, acima do
esperado para um humano.
No desafio seguinte, Lewis fez uma travessia de 204 km, em Sognefjord,
no mar da Noruega. Nadou durante 18 dias, com a temperatura da água em três
graus. Lá, os pesquisadores encontraram uma resposta para o caso. Antes de
virar nadador, Lewis cumpriu uma temporada no exército britânico como
paraquedista e encarou uma situação de vida ou morte num acidente aéreo.
“Um dos meus amigos saltou de
para-quedas do avião e ficou preso pelo cabo da aeronave. Tive que resgatá-lo
puxando o cabo e foi agoniante. Depois disso, todo e qualquer salto era um
pesadelo para mim. O único modo de saltar era juntar toda a raiva que eu tinha
e me atirar para fora. Quando comecei a treinar, não conseguia entrar na água
gelada e um amigo me disse para eu pensar que era um salto e me concentrar.
E foi nessa travessia que ele mostrou porque é um “super-humano”.
Concentrado, nadou um quilômetro em pouco menos de 19 minutos e jurou nunca
mais repetir tal desafio. Mas Lewis não cumpriu a promessa. No ano passado, ele
nadou num lago perto do Monte Everest, a maior montanha do planeta e até deixou
um recado para os brasileiros.
- Meu sonho é um dia nadar no Brasil. Há muitos
lugares onde a água está sob ameaça no país. É o nosso recurso mais valioso e
não podemos fazer nada sem ela - encerrou.
Pedro, Vítor Assis e Victor Marques
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